A Galp Energia anunciou esta segunda-feira, 13 de fevereiro, um acordo para a venda à empresa angolana Somoil da sua operação de exploração e produção de petróleo em Angola, com um encaixe que poderá chegar a 830 milhões de dólares, o equivalente a 777 milhões de euros ao câmbio atual.
Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Galp indica que o valor de 830 milhões de dólares para a venda da operação de upstream em Angola já é líquido de impostos sobre mais-valias, compreendendo uma soma de 655 milhões de dólares a receber na conclusão do negócio e 175 milhões de dólares entre 2024 e 2025, mas dependentes do preço do petróleo.
A petrolífera portuguesa,que foi assessorada pelo Bank of America Securities, espera que a transação seja concluída durante o segundo semestre deste ano.
“Esta transação permite à Galp cristalizar valor de ativos maduros do upstream [exploração e produção] e apoia a valorização do nosso portefólio de upstream e a nossa estratégia de descarbonização”, comentou, no comunicado à CMVM, o presidente executivo da Galp, Filipe Silva.
“Estamos confiantes de que a Somoil, já presente no Bloco 14, será um grande contribuinte para o desenvolvimento deste ativo de longa data da Galp”, acrescentou o gestor.
No pacote de ativos agora vendidos a esta empresa angolana de capitais privados está a participação de 9% que a Galp tem no Bloco 14 (com vários campos em produção), bem como a posição de 4,5% no Bloco 14-K, a de 5% no Bloco 32, e ainda um projeto em fase de desenvolvimento.
Angola é um dos investimentos históricos da Galp, mas o seu peso na produção petrolífera do grupo português é relativamente reduzido quando comparado com os recursos explorados pela Galp no Brasil.
No Bloco 14 a produção arrancou em dezembro de 1999.
A produção líquida da Galp em Angola em 2022 foi de em média 10,4 mil barris por dia, menos 6% do que no ano anterior, e menos de um décimo da produção da empresa portuguesa, com o Brasil destacado, com 114,6 mil barris por dia.